A PANDEMIA E O NOVO CONSUMIDOR

Por Rosani Sartori – Analista de Marketing Digital e Conteúdo da Digital Business

A expressão já virou clichê, muita gente não gosta, mas sua significação é inegável. O “novo normal” que estamos vivendo trouxe mudanças de comportamento que vieram pra ficar. A pandemia transformou nossa rotina e deve provocar impactos de longo prazo no nosso comportamento. O isolamento social mudou a maneira como vivemos, consumimos e nos relacionamos. Mudamos velhos hábitos e criamos novos. Estamos mais na internet, realizando compras e consumindo mais informação.

Diante disso, as marcas enfrentam o desafio de entender todas essas mudanças e o novo consumidor que se construiu à sua volta. Reposicionar-se para esse novo consumidor agora – e já pensando no pós-pandemia – tornou-se vital para qualquer negócio.

Por isso, é importante reavaliar: quem é a nova persona dos seus clientes? Necessidades, desejos, comportamento, valores, o que mudou? Como falar com essa persona? O que ela espera ouvir de uma marca? Que tipo de conteúdo gerar, agora que todos já sabem lavar as mãos e usar máscara?

É hora de pensar no que o consumidor espera ouvir, como solução e informação. Esteja ciente que agora, mais do que nunca, o cliente está no centro da estratégia.

Não existe receita pronta. Cada um, com cada cliente, precisa entender como os assuntos que surgiram ao longo da pandemia podem impactar o consumidor daqui para frente, e o que a marca tem a oferecer, adaptando-se a essas novas necessidades.

E nada de usar a pandemia para autopromoção. Uma pesquisa da Kantar, sobre que tipo de publicidade deverá ser feita pelas marcas nacionais, mostra que mais de 80% dos entrevistados rechaçam esse oportunismo, e esperam que a publicidade comunique os esforços da empresa a fim de enfrentar o cenário atual, e como podem ser úteis nessa nova rotina.

Baseado em toda essa mudança provocada pela pandemia, uma pesquisa da R/GA – agência de consultoria internacional de inovação – identificou os gatilhos culturais que devem influenciar no comportamento das pessoas daqui pra frente. Eles poderão ajudá-lo a balizar as “Melhores Práticas para o Novo Normal”, conforme define a própria R/GA:

  1. A reinvenção da casa: as pessoas estão mais em casa, e no espaço que elas têm precisaram adaptar sua rotina de trabalho, estudo e entretenimento;
  1. Reconhecimento dos novos heróis: a população teve a oportunidade de valorizar o trabalho dos profissionais essenciais, como médicos, funcionários da saúde, limpeza e entregadores;
  2. Estamos mais vulneráveis: o isolamento levou as pessoas a exporem mais suas angústias e necessidades, e temas relacionados à saúde mental ganhou mais força nas redes sociais;
  1. Foco no coletivo: as empresas estão sendo cobradas a fazerem diferença para seus funcionários, consumidores e comunidade;
  1. Valorização do local: durante a pandemia, as pessoas foram convidadas a valorizar a produção local, e esse comportamento ganha cada vez mais força;
  1. Valorização do essencial: um público mais atento à relação custo x benefício. O consumidor está repensando o que realmente é essencial, e reduzindo ou até interrompendo gastos com itens considerados de luxo;
  1. Digital e sem contato: o isolamento social acelerou processos de digitalização para empresas e consumidores;
  1. Cultura maker: mais tempo em casa e orçamento apertado levaram as pessoas a testar novos hábitos e criar produtos ou soluções para o dia a dia;
  1. Influenciadores especialistas: estudo recente da Kantar revelou que o desempenho dos anúncios em conteúdo desse gênero cresceu 40%. Em meio à pandemia, devem se sobressair os criadores de conteúdo que tragam conhecimento e propósito. E o comportamento desses influenciadores impactará ainda mais na imagem da marca;

E O PÓS PANDEMIA?

Quando a pandemia passar, a retomada das atividades exigirá cuidados e regras de segurança, portanto, as empresas terão o desafio de criar experiências que sigam as normas de boa convivência.

Com o fim do isolamento, a oportunidade de viver experiências fora de casa deve ser ainda mais valorizada, e o desejo de aproveitar a vida pode estimular tendências de moda e esportes. Aproveite essa conexão para reforçar o relacionamento entre marca e público.

O Omnichannel é tendência, isso vale para o varejo e até o home office. Alinhar essa

presença será fundamental para cativar e fidelizar o novo consumidor.

#DICA

Existem várias fontes disponíveis que falam sobre tendências, mercado e comportamento. Seguem algumas dicas da DB:

– explore a fundo os gatilhos culturais que mencionamos acima;

(https://www.rga.com/pt/news/press-releases/rga-launches-series-of-content-with-practices-for-brands-and-companies)

– o Think Whit Google é ótima fonte de informação, ele traz insights, pesquisas, dicas e referências pra entender o mercado, baseado em dados, relativos a diferentes tipos de indústrias, plataformas e públicos-alvos;. (https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/)

– o Semrush tem uma pesquisa muito legal realizada com o Mercado Livre, sobre o comportamento dos usuários na pandemia. (https://pt.semrush.com/blog/ecommerce-coronavirus/)

– a Comscore tem uma pesquisa sobre a mudança significativa na maneira como o consumidor está interagindo com conteúdo e publicidade nas plataformas digitais. (https://www.comscore.com/por/Insights/Blog/Consumo-de-midia-durante-a-pandemia-de-coronavirus-no-Brasil)

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